O MUNDO DE BOBINHO jun2007

por Roberto Bonomi
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Bob ou Bobinho como era mais conhecido, um belo dia de sol passeava pelo parque. Notava as aves voando, a relva suave com elegante gracejo, quase rebolado, uma bela dança. No lago via os patos seguidos de seus patinhos numa coreografia ensaiada, um show de harmonia. Via também ao longe as montanhas enormes e imponentes, eternas vigias do vale que a contempla. Lá em cima, nas alturas viu os condores a planar em seu vôo manso e circular. As árvores, seguindo a relva, sorriam deslumbradas, pólen aqui, pólen acolá. Sentia o ar puro entrando em seus pulmões, e num gostoso suspiro Bobinho sentiu um relaxamento indescritível. Fundiu-se com a terra e com o lago, e o ar passou a ser uma enorme placenta acolhedora e condutora de tudo que pulsava naquela bela aquarela. Ai que dia lindo exclamou Bobinho! Lembrou-se então da cidade em que vivia, pacata, no passado, alegre, no passado, o ruído de tantas coisas, a depredação a violência. Percebeu que o homem não estava preparado para viver em paz. O mundo aos seus pés e tudo que ele precisa de graça, mas ele prefere ferir. Bobinho deixou estes pensamentos horrorosos de lado e resolveu seguir em frente. Ao notar a paisagem novamente sentiu que era um momento muito importante. Aquela beleza por muros. Toda aquele ar por egoísmo e ganância. Toda aquela paz por uma vida banal, sem amor. Pensou que a intolerância levaria ao fim daquele lindo dia, mas cedo ou mais tarde. Seria este o destino do homem....

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