por Roberto Bonomi
Bob, ou Bobinho como era mais conhecido, estava observando a ignorância humana. Apesar de um pequenino menino, conseguia notar que existiam dias formas de ser ignorante. A primeira delas era um adjetivo. Eram as pessoas substantivas que nunca tiveram chance na vida de aprender alguma coisa, por razões de má conduta social dos governantes, geográficas, e muitas vezes porque nem sabiam que era possível aprender outras coisas além das necessidades fisiológicas e costumes primários da vida. Mas muitas destas pessoas tinham uma vantagem muito grande. Eram humildes e acolhedoras e muito melhores e muito mais evoluídas que muitas outras que estavam dando aulas nas escolas ou tinham um castelo para si. Eram pessoas de verdade, e não usavam nenhuma máscara para sobreviver. Não dependiam de sentimentos pobres para serem felizes. Entendiam tudo da natureza e nada da mesquinhez humana. Eram pessoas, como Bobinho gostava de dizer "Sábios Ignorantes". Percebia que muitas destas pessoas, que tiveram alguma chance na vida de melhorar, acabaram por se perder por completo numa trajetória sem volta. Era a segunda classe de pessoas ignorantes. Estas pessoas normalmente que nunca tiveram nada, e vieram de baixo, conseguiram descer mais depois que socialmente conseguiram seus objetivos preeminentes na vida: o dinheiro e a condição social. Pagavam um preço muito alto, e em vez de evoluir e aprender tornaram-se pessoas descartáveis. Pensavam nelas e colocavam filhos no mundo para seguir as metas traçadas para "ter uma melhor condição de vida". Santa ignorância pensou Bobinho. Estas pessoas que se preocupavam muito com si mesmas, na maior parte das vezes não prestavam atenção nos próprios filhos, pois pelo excesso de vaidade e narcisismo não tinham em mente a continuidade da vida, das tradições e da moral e dos bons costumes. Bobinho via muitos de seus amiguinhos vivendo sem auto-estima, sem educação e sem amor, como sombras esquecidas por pais que só queriam sair na coluna social e viver nas festas medíocres onde a diversão já não era o fator mais importante. Bobinho notou isso porque os valores humanos haviam se perdido à algum tempo... Ficou triste, pois era um bom humano e levava no peito a educação que seu Papai e sua Mamãe lhe deram como a riqueza da vida, e a riqueza da evolução de cada um, que já não existiam mais...
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