Por Roberto Bonomi
Bob ou Bobinho como era mais conhecido, reconheceu um dia que tinha falhado. Claro que demorou algum tempo para que chegasse a esta conclusão, mas conseguiu. Percebeu que mesmo quando temos a frente toda fé do mundo, às vezes não conseguimos ser suficientemente perfeitos em nossas ações. Tudo começou quando Bobinho tinha um projeto e convidou seu amiguinho para executá-lo. Combinaram então todas as etapas e planejamento, com metas bem esclarecidas. Então começaram o trabalho. Bobinho se empenhando ao máximo pelo empreendimento que muito lhe agradava. Contava Bobinho, que seu amiguinho estava realizando sua parte também. Um dia, depois de algumas semanas, marcaram de se encontrar para trocar as novas informações. Foi ai que Bobinho começou a perceber que teria problemas com seu parceiro. Notou primeiramente que seu amiguinho já não estava tão entusiasmado assim. Suas tarefas ainda não estavam terminadas e já quase venciam o prazo de entrega. O amigo deu desculpas e mais desculpas, mas agir mesmo ainda não tinha não. Com muita tolerância Bobinho aumentou o prazo e incentivou o término deste trabalho que traria benefícios para eles mesmos além de beneficiar tantas outras pessoas. Mas não, via seu amigo borocochô e mentindo para si mesmo. Finalmente Bobinho percebeu que não adiantava insistir e bater em cima. Sempre vinham novas desculpas e justificativas... Finalmente a conclusão do trabalho ficou deficiente, não atingindo o objetivo que antes fora planejado. Seu amigo, que a princípio tinha concordado com tudo, realmente era de nada. Bobinho ficou triste e desanimado. Percebeu que nem todos tinham gana para realizar suas próprias vontades. Era mais fácil desistir, entregar os pontos. Que feio pensou Bobinho. Percebeu que a palavra dos homens já não valia muita coisa. O que estava acontecendo? O fim do mundo? Será que o tal do apocalipse estava chegando, refletiu Bobinho... Porque seu amiguinho agia desta maneira tão displicente e irresponsável. Será que não tinha planos, metas para sua vida também? O que fazia com que a palavra valesse menos a cada dia? Era culpa das palavras ou dos homens superficiais que as usavam sem economia? Foi ai que Bobinho percebeu que errava e muito. Sentiu que toda aquela mágoa tinha sido em vão. Não era justo culpar os mais limitados de não atingirem seus objetivos. Não era uma atitude amigável apontar os erros com o dedo em riste, cheio de razão, humilhando sem piedade a falte de talento e habilidade do próximo. Seu amiguinho não era o verdadeiro culpado. Estava simplesmente a mercê do que vale menos. Ignorante no seu rumo, ladeando “pra lá e pra cá” sem notar a pedra que põe a sua frente, que será seu próprio tombo. Bobinho percebeu que devia sempre se lembrar disto. A palavra era determinada pela escolha de cada um. Um homem de palavra era um homem que escolhia seu lado, seu caminho, mesmo que fosse o único na multidão. Não era tarefa fácil. Seguir o caminho mais difícil exigia comprometimento com a vida. Acreditar na vida. Bobinho, no final das contas se sentiu bem. Sentiu que podia se dar ao luxo de sua própria escolha, pois era real. Sua escolha era real como a brisa leve, sutil como a rotação da terra, firme como o orvalho a cada manhã, e feliz como o sol nascente todo dia!
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