por Roberto Bonomi
Bob, ou Bobinho como era mais conhecido, estava indo ao supermercado com sua Mamãe. Pensava no caminho as coisas que Mamãe ia por no carrinho, as guloseimas que ia comer lá mesmo no mercado, o chocolate para mais tarde, iogurtes dos mais variados sabores, quanta coisa gostosa! O mercado estava cheio de coisas das mais gostosas e variadas, era só pegar tudo que se queira, colocar na cesta de metal com rodas, e depois com o cartão mágico elas eram liberadas para levar tudo para casa!! Era tão bacana. Bobinho adorava ir ao mercado e se divertia muito. Também, no próprio mercado, havia partes que Bobinho gostava menos. Detergentes produtos de limpeza, sabão em pó para a máquina de lavar, Mamãe liderava aquela ala como ninguém, todos aqueles produtos que Bobinho muitas vezes nem sabia para que eram. Tinha um cheiro estranho no corredor, tudo era muito caro, mas Bobinho desconfiava que era uma ala muito importante das compras de sua casa. Depois passavam pelo açougue e a peixaria. Ai Papai era o mestre e pedia conforme a necessidade. Também não gostava muito do cheiro, mas depois de um certo preparo, era o melhor que se podia ter!!! Na área das frutas e verduras, Bobinho ajudava a escolher os melhores legumes, folhas, frutas sortidas da estação, castanhas de todos os tipos, esta era uma ala que Bobinho muito gostava e muito aprendia com seus Pais que eram interessados, principalmente por que dali provinham energia e vitaminas fundamentais para uma vida de bem estar. Na área de bebidas Papai era muito moderado e mantinha um pequeno bar em casa, para visitas e um drink social aos finais de semana. Bobinho pouco se interessava por esta parte, gostava dos não alcoólicos. Preferia acima de tudo os sucos de fruta natural, água fresca, mas uma soda gelada de vez em quando também ia muito bem! Bobinho notou que existiam muitas coisas também que não eram se quer lembradas. Existia uma gama de produtos convenientes com o gosto de muitas pessoas diferentes. Cada um buscava aquilo que lhe convinha, aquilo que lhe era possível atingir ou ter. Comparou o supermercado com a vida e percebeu que na vida também era assim. Tínhamos o que queríamos, e nossos caminhos eras feitos por nossas escolhas. Bobinho ultimamente ouvia sempre Papai e Mamãe dizendo "Ih já não se fazem mais panelas como antigamente, ou isso ou aquilo..." Bobinho notava que as coisas já não eram feitas para durar. O valor de cada item já não valia o quanto pesava. E assim percebia que a vida acompanhava os produtos. Ou os produtos é que acompanhavam a vida...? Ninguém mais sabia a esta altura do campeonato... Bobinho surpreendia-se com a falta de qualidade dos produtos. Nada era feito para durar. Será que era isso que queríamos de verdade? Porque então? Claro que procurando bem ainda podia-se achar alguns produtos que mantinham sua qualidade. Já não eram tantos, mas... Bobinho, pensou porque será que com tanta "tecnologia" que existia a sua volta, os produtos pioravam em vez de melhorarem...? Quem ganhava com isso? Lembrou-se daquele brinquedo antigo que tinha, desde que era muito pequenino, e percebeu que isto era coisa do passado, a tecnologia era coisa do passado... Bobinho quando chegou em casa correu para seu quarto e foi procurar seu brinquedo tão antigo. Quando o achou ficou feliz, e lembrou-se dos velhos tempos...